terça-feira, 2 de abril de 2013

Eles nunca comeram vegetais e estão bem de saúde






CURIOSIDADES


Britânicos octogenários, povos do Ártico e da África, crianças e adeptos de Atkins desafiam dogma da nutrição
Laura Barton


A Grã-Bretanha toda comentou a notícia de cinco irmãos octogenários que jamais comeram legumes ou verduras. Os irmãos Campbell, de Aberdeen, desafiaram de uma forma ou de outra as convicções mais arraigadas da nutrição para atingir a longevidade. John chegou aos 91 anos, Jim, aos 88, Colin, aos 85, Sid, aos 82 e Doug, aos 78, após terem recusado comer vegetais por toda vida.

"Vegetais são um castigo", diz John. "Nunca gostei de legumes e sempre os evitei. Não consigo pensar em nada pior do que uma travessa de cenouras." Esta família é um fato que abala os fundamentos em que se baseia a consultoria nutricional moderna.

A reportagem decidiu verificar outros casos de quem rejeitou comer brócolis e viveu para contar a história.

OS INUITS DO ÁRTICO

Nas suas explorações do Ártico, no início do século 20, o antropólogo Vihjalmur Stefansson descobriu que os Inuits comiam praticamente só carne e peixe e que frutas, legumes e outros carboidratos constituíam 2% da sua ingestão total de calorias.

Apesar da dieta, pareciam saudáveis, aparentemente tinham menos enfermidades que os ocidentais e de alguma forma estavam protegidos do escorbuto (carência de vitamina C, caracterizada por hemorragias, alteração das gengivas e queda da resistência a infecções). A conclusão de Stefansson foi que os Inuits tinham como fonte de vitamina C a carne crua ou malcozida e, quando voltou para o Ocidente, pôs a teoria em prática. Adotou uma dieta de apenas carne durante um ano sob supervisão médica no hospital Bellevue de Nova York - e jamais padeceu de escorbuto.

Aparentemente, a vitamina C pode ser encontrada numa variedade de iguarias tradicionais dos Inuits, como vísceras de mamíferos marinhos, miúdos do estômago do caribu e pele de baleias beluga, que, segundo se diz, contêm tanta vitamina C quanto laranja.

CRIANÇAS MODERNAS

Um levantamento do governo da Grã-Bretanha sobre nutrição descobriu que a maioria das crianças come menos da metade das cinco porções de frutas e legumes recomendadas ao dia.

De fato, nesta época de obesidade e alimentos superprocessados, não são incomuns histórias de crianças que sobreviveram com nada além de sanduíches de geléia e cereais achocolatados nos primeiros sete anos de vida. E mesmo assim, milagrosamente, os baixinhos continuam a se desenvolver. Ninguém parece ter uma boa explicação para isso.


OS MASAI

Os legumes são praticamente desconhecidos na alimentação dos Masai do Quênia e da Tanzânia, que dependem de seu gado zebu para se alimentar. Em vez de comerem a carne, os masai se regalam com o leite e o sangue do gado. O sangue é extraído perfurando a carne frouxa no pescoço da vaca com uma flecha (depois a ferida é fechada). O sangue é misturado com leite, para fazer um tipo de Ovomaltine reforçado. Parece que existem muitas variações da mistura: o sangue e o leite podem ser engrossados para produzir um preparado com a consistência de ovos mexidos e servido com arroz. Talvez não soe assim tão tentador para o paladar ocidental, mas parece que não tem feito mal aos masai.

SUÍÇOS COM DENTES VERDES

Na década de 1930, Weston Price, um dentista de Ohio, descobriu que a dieta pobre em vegetais e rica em laticínios dos habitantes de um remoto vilarejo suíço, Lõtschental, resultava em praticamente nenhuma cárie e poucas doenças infantis.

Os aldeões tinham o hábito de consumir leite não pasteurizado, manteiga, creme e queijo, pão de centeio e, ocasionalmente, carne, sopa de caldo de ossos e um número restrito dos legumes que conseguiam cultivar no curto verão. É preciso reconhecer que os dentes das crianças eram cobertos de limo verde. Não se pode ter tudo.

OS SEGUIDORES DO DR. ATKINS

Há alguns anos, 1 em cada 11 adultos estava adotando o regime alimentar do dr. Atkins, que exalta as virtudes de uma dieta planejada com baixo teor de carboidrato e alto nível de proteínas.

Infelizmente, o dr. Atkins morreu em 2003. Mas não em conseqüência do seu regime de poucos vegetais. Na realidade, o mau hálito e a constipação que acompanhavam a dieta não foram a causa do seu infortúnio. 

O bom doutor escorregou numa passagem coberta de gelo e bateu a cabeça.

                              


Nenhum comentário:

Postar um comentário